Na edição de hoje, exploramos do algospeak usado para driblar algoritmos, às gírias que modulam o vocabulário das redes, passando pelo avanço da inteligência artificial em entrevistas de emprego. Boa leitura!
Algospeak: a linguagem criada para driblar algoritmos
Usuários de redes sociais vêm adotando cada vez mais o algospeak, termos e códigos usados para evitar que algoritmos suprimam, limitem ou penalizem conteúdos. Mesmo que plataformas como TikTok, Meta e YouTube neguem listas de palavras proibidas, a falta de transparência e históricos de moderação inconsistente criaram um ambiente de incerteza que incentiva a autocensura. Criadores relatam que vídeos podem perder alcance ou até ser removidos sem explicação clara, o que alimenta a crença de que certas palavras, temas ou menções a concorrentes “desagradam” aos algoritmos. Essa ambiguidade faz usuários substituírem nomes e conceitos por códigos, como chamar Jeffrey Epstein de “Homem da Ilha”, mas também leva a fenômenos coletivos, como o “festival de música”, código espontâneo usado para falar sobre protestos nos EUA. Pesquisadores chamam isso de imaginário algorítmico, comportamentos moldados pelo que acreditamos que o algoritmo faz, independentemente de ser verdade. Enquanto isso, especialistas lembram que a lógica real por trás da moderação é menos política e mais comercial, criar um ambiente confortável para anunciantes e lucrativo para as plataformas. Leia mais.
Você está por dentro das gírias das redes?
As redes sociais têm um dialeto próprio, misturando cultura pop, universo gamer, comunidade LGBTQIAPN+ e até códigos usados para driblar moderação. Em 2025, o Dicionário Oxford elegeu rage bait, conteúdos feitos para gerar indignação e engajamento, como palavra do ano, reforçando o peso dessa linguagem digital. Termos como slay (“arrasar”), cringe (vergonha alheia) e tankar (“aguentar”, no sentido de lidar com algo chocante ou engraçado) já fazem parte do vocabulário diário de quem vive online. E isso é só o começo: expressões como brain rot, brat, seggs, clean girl, POV e muitas outras moldam como nos comunicamos na internet. Leia mais.
Entrevistas de emprego com IA
Está ficando comum a entrevista de emprego feita com inteligência artificial. O modelo promete agilizar processos, padronizar análises e reduzir vieses humanos, mas muitos candidatos relatam sensação de desumanização, falta de transparência e avaliações difíceis de compreender. Ferramentas analisam respostas por áudio ou vídeo, fazem perguntas adaptadas e geram um ranking automático, mas também podem supervalorizar palavras-chave, exigir explicações excessivamente técnicas e ignorar habilidades relevantes. Pesquisadores alertam para riscos como exclusão de perfis, aumento da assimetria de poder entre empresa e candidato e ausência de regras claras sobre uso e comunicação dessa tecnologia. No campo jurídico, especialistas destacam que algoritmos não podem discriminar e que empresas podem responder por eventuais vieses. Leia mais.
Por hoje é “só”.
Abraços
Equipe Torabit
Publicado no dia 8 de dezembro de 2025