Belém (PA) recebe hoje a abertura oficial da COP30, conferência das Nações Unidas sobre o clima. Nas redes sociais, o debate já indica o tom da cobertura pública: engajamento, disputas políticas e destaque para temas amazônicos e de sustentabilidade.

O Torabit monitora desde 13 de outubro a opinião pública e política sobre o evento e disponibiliza os dados no painel OPERA — Opinião Pública e Política em Redes Abertas. Até o momento, foram registradas quase 110 mil menções à COP30 na opinião pública e mais de mil postagens de parlamentares em perfis oficiais.

Opinião pública

Entre o público em geral, o sentimento predominante é positivo (42%), seguido por neutro (30%) e negativo (27%). As conversas demonstram apoio à realização da conferência no Brasil, mas também críticas ao governo federal e à organização.

O Twitter (X) concentra 49% das postagens, configurando-se como o principal espaço de debate. O Instagram aparece em seguida, com 36%, voltado a conteúdos informativos e institucionais. As demais redes têm participação menor: Facebook (9%), Bluesky (3%) e RSS (3%). TikTok e Threads registram presença residual.

O debate é formado majoritariamente por opiniões e citações (55%), enquanto notícias e conteúdos informativos somam cerca de 30%. As fake news representam 1%, relacionadas principalmente a custos de hospedagem e críticas políticas.

A atividade digital é mais intensa entre 8h e 12h, com picos às 9h e 10h, e volta a crescer entre 17h e 19h, acompanhando a divulgação de notícias.

Temas centrais nas conversas

• Política e governo federal: o foco está no presidente Lula e na condução das pautas ambientais.
  
• Amazônia: menções ligadas à preservação e à bioeconomia.
  
• Sustentabilidade: tema mais frequente, em geral com abordagem positiva.
  
• Mudanças climáticas: associadas à necessidade de ações concretas.

Hashtags mais populares: #sustentabilidade, #amazônia, #belém, #meioambiente, #cop30belém, #transiçãoenergética, #bioeconomia, #energialimp

Entre as hashtags críticas, destacam-se #hipocrisia, #desgovernolula e #vergonhanacional, marcando a polarização do debate.

Belém e o Norte sob os holofotes

O Pará lidera o volume de menções, seguido por São Paulo e Distrito Federal. O debate local combina sentimento de pertencimento regional e preocupação com infraestrutura e hospedagem durante o evento.

Principais influenciadores e veículos:

• Mais postagens: Grok (X), O Liberal, BrasilLivre20, CNN Brasil
  
• Mais repercussões: @amarianalescano (X), Mídia Ninja (Instagram), deputada Sâmia Bomfim
  
• Mais citados: @LulaOficial, @CNNBrasil, @YouTube

Tendências e sentimentos gerais

• Crescimento da positividade em torno de sustentabilidade, economia verde e inovação.
  
• Críticas persistentes à gestão federal e aos custos do evento.
  
• Apropriação política de pautas regionais, como Amazônia e povos indígenas, por diferentes correntes.
  
• Participação jovem mais visível no Instagram e Threads, com uso de linguagem visual e humor.

Opinião política

Na opinião política, o sentimento também é majoritariamente positivo (57%). A COP30 aparece como pauta relevante na comunicação parlamentar.

No Senado, prevalece o tom institucional e governista. O PT lidera o debate (38% das postagens), com nomes como Humberto Costa, Jaques Wagner e Rogério Carvalho. MDB e União têm presença menor, com Jader Barbalho e Davi Alcolumbre entre os mais citados. Críticas vêm de Plínio Valério (PSDB) e Marcos Rogério (PL), que abordam custos e prioridades do evento. As menções ao Senado têm 62% de sentimento positivo, 22% neutro e 15% negativo.

Na Câmara, a polarização é mais evidente.

PT (346 postagens) e PL (188) ocupam polos opostos: de um lado, parlamentares como Airton Faleiro, Nilto Tatto e Natália Bonavides enfatizam o papel do Brasil na transição energética e a realização da conferência em Belém; de outro, Bibo Nunes, Delegado Caveira e Giovani Cherini questionam gastos e o uso político da pauta ambiental.

Os períodos de maior atividade — 10h a 12h e 17h a 19h — coincidem com os horários de maior cobertura jornalística e publicações de assessorias.

Entre os parlamentares com maior alcance estão Humberto Costa (PT) e Arnaldo Jardim (Cidadania), seguidos por Célia Xakriabá (PSOL) e Flávio Bolsonaro (PL).

O Instagram concentra 40% das postagens parlamentares, seguido por Facebook (33%) e Twitter/X (26%).

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